A Folia de Reis é encontrada com grande incidência em municípios do Vale do Araguaia, podendo ocorrer ainda em outros municípios Matogrossenses.

Obedece basicamente ao seguinte calendário: entre 20 e 25 de Dezembro, esmolam de casa em casa, levando a bandeira dos Santos Reis em romaria. Representam o percurso que os três Reis Magos percorreram, segundo o Novo Testamento, seguindo a "Estrela do Oriente", com a finalidade de encontrarem Jesus recém-nascido.







Os personagens somam doze pessoas, sendo: mestre, palhaço e músicos. O mestre é o guardião dos conhecimentos mais profundos acerca da manifestação, sendo também quem coordena a Folia e comanda os foliões. O palhaço, também chamado boneco ou vovô, que não figura no livro sagrado, é considerado, entre os foliões, como um soldado dissimulado, com as funções de proteger os Reis Magos e confundir os soldados de Herodes, que pretendiam sacrificar Jesus.

O ponto alto da festa é a "chegada da Folia", quando encontram outra bandeira de Santos Reis - outrora, esse momento era o encontro entre duas Folias de Reis - e dirigem-se ao local onde está o presépio da festa, simbolizando o local onde Jesus nasceu, como consta no Novo Testamento.




Em Araguaiana, à porta das casas, pedem licença para chegar com a bandeira, iniciando a cantoria assim:


"Ô de casa, ô de fora
Necessário quero chegar
Aqui está o Santo Reis
Que veio lhe visitar
E também pedir a esmola
Prá seu dia festejar."






Em Ribeirãozinho, no dia da chegada da Folia, cantam a despedida, como nesse trecho:

"Despedida, despedida
Despedida em Belém
Despedida da Lapinha
Até para o ano que vem"

Pai, Filho, Espírito Santo
Na hora de Deus, Amém
Os romeiros vão-se embora
Prá voltar o ano que vem."

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